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Diagnóstico do estado nutricional das plantas

Adriano Barros Silva¹, Luiz Vicente Santos Thomaz¹, Ramon Calixto Santos Patrocinio¹, Perseu Fernando Perdona¹/²
(¹)Engenheiros Agrônomos – Consultores Técnicos da Cooabriel (¹/²) Coordenador técnico
Cada vez mais os produtores buscam o máximo da produção de suas lavouras, e para alcançar tal objetivo, é necessário explorar o que há de recursos disponíveis.
É comum identificar plantações que não alcançam seu potencial de produção, devido à forma imprópria como vem sendo adubada.
Para um diagnóstico preciso da real necessidade nutricional da lavoura, o produtor precisa realizar não somente a análise de solo, mas também a análise química de plantas, popularmente conhecida como análise foliar que complementa e facilita a interpretação do que de fato a cultura necessita.
Principais objetivos da análise foliar:
- Permitir corrigir deficiências antes dos sintomas visíveis na cultura atual ou na subsequente, evitando prejuízos;
- Favorecer a manutenção da fertilidade do solo com base no conhecimento do que de fato é extraído pelas plantas;
- Distinguir sintomas provocados por pragas e doenças daqueles provocados por deficiência nutricional.
Basicamente, a análise foliar nos fornece uma avaliação do estado nutricional do cafeeiro e se o adubo aplicado foi capaz de atender às necessidades da planta, podendo contribuir na tomada de decisão sobre qual o melhor adubo a ser aplicado nas próximas adubações. Dessa maneira, a análise foliar é um complemento da análise de solo e deve ser tratada como uma prática essencial e rotineira na cafeicultura.
COMO REALIZAR AMOSTRAGEM FOLIAR NO CAFEEIRO
Procedimentos
Divisão da área: Deve-se dividir o cafezal em glebas/talhões de no máximo 10 ha, agrupados basicamente por uniformidade em idade, espaçamento e variedade. É recomendado acompanhar a mesma divisão em glebas/talhões que se utilizou para realizar a amostragem de solo.
Folhas a coletar: Caminhando em zigue zague, selecionar ao acaso um ramo no terço médio da planta e nele coletar o 3° ou 4° par de folhas a partir da extremidade. Para isso, não se deve contar o 1° par caso este tenha tamanho menor que dois centímetros.
Na coleta das amostras, não é recomendável amostrar partes de plantas que tenham passado por longo período de estresse climático ou nutricional, que esteja crescendo em áreas pedregosas, salinas, e inundadas, que tenham partes danificadas por agentes físicos ou pragas e doenças, cobertas por poeira ou defensivos.
Número de folhas a coletar: Deve-se coletar no mínimo 100 folhas em cada gleba/talhão. As folhas do talhão devem ser retiradas de pelo menos 25 plantas, coletando-as nos dois lados da planta.
Intervalo de adubação e pulverização: Para a coleta das folhas é extremamente importante que se respeite um intervalo de pelo menos 30 dias após uma última adubação de solo ou foliar, evitando assim que as folhas cheguem ao laboratório com resíduos e comprometa a análise. É recomendável que a coleta seja feita no período da manhã e com intervalo de no mínimo 3 dias da última irrigação.
Prazo de envio ao laboratório: As folhas coletadas devem ser colocadas em sacolas de papel limpas, devidamente identificadas e enviadas imediatamente para o laboratório. Caso não seja possível, deve-se deixar em local arejado e protegido do sol ou em uma sacola com pequenos furos, desidratando normalmente até que seja enviada . Não é recomendado manter na geladeira por longos períodos.
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Caro produtor, a coleta bem realizada das folhas de sua lavoura, juntamente com os resultados obtidos pela análise de solo, devem ser levadas a um técnico de sua confiança para que esse realize a leitura e interpretação precisa do resultados e necessidades da cultura, garantindo maiores produções e menores custos, uma vez que será feita a adubação foliar e de solo mediante a real necessidade das suas lavouras.